terça-feira, 31 de julho de 2007

Brasil já tem tecnologia para fazer microfuros a laser

O Laboratório de Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos (CCMC), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) realiza, desde o segundo semestre de 2004, uma pesquisa direcionada a produção de microperfurações de precisão em diferentes tipos de materiais, como alumina, aço inoxidável, alumínio, PVC, silício cristalino, entre outros. O processo é efetuado por meio da irradiação com um feixe de luz laser de pulso curto.



A pesquisa, realizada pelo aluno de mestrado João Sérgio Fossa e coordenada pelo professor Antonio Carlos Hernandes, surgiu a partir da parceria com algumas empresas e consiste no melhoramento da simetria dos furos produzidos nos materiais e na redução, ao máximo, do aparecimento de rebarbas nos orifícios.
O processo desenvolvido no IFSC consiste em guiar a luz verde do laser com componentes ópticos em direção ao material a ser perfurado. Para que seja obtido sucesso na microperfuração, a luz passa por uma lente de vidro e é focada sobre a superfície do material. A partir do controle da potência do laser e do movimento da peça pode-se estabelecer padrões de microfuros de acordo com a necessidade de aplicação. O equipamento é simples e não exige muito espaço para ser instalado.
João Fossa afirmou que, além de possibilitar o microprocessamento dos materiais, o laser possui a vantagem de ser uma tecnologia limpa e é facilmente acoplado aos processos de produção.
O desenvolvimento do projeto despertou o interesse de várias empresas, em especial, aquelas voltadas para a produção de cabeçotes de impressoras a jato de tinta. "O trabalho é importante para as empresas, pois se trata de uma aplicação direta da nossa pesquisa. No caso da empresa de cabeçote para impressoras, a técnica já vem sendo empregada", afirmou João.
Outras aplicações destas microperfurações abordam a parte de micro-dosagem para medicamentos, sistemas de injeção de combustível para motores a combustão e passa-fios para a indústria têxtil.